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A retomada econômica na Itália pós COVID-19

  • gabriela3852
  • 6 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 15 de set. de 2021


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Economicamente falando, a Itália já não vinha bem, crescendo apenas 0,3% em 2019. Mas felizmente, vinha apresentando sinais tímidos de melhora! Em janeiro de 2020 o país comemorou o terceiro mês consecutivo com a taxa de desemprego abaixo de 10% (precisamente 9,8%). Entre os jovens de 15 a 24 anos, o índice sempre foi mais alto, beirando os 30%.


Como era de se esperar, a pandemia agravou a situação drasticamente. Enquanto o Brasil segue em quarentena por causa do Covid-19, a Itália já está em uma etapa posterior, com a retomada da atividade econômica. Claro que, tudo com muito cuidado para evitar novos focos de contágio. Porém, a verdade é que o país busca voltar ao normal, ou como se diz por aqui, ao novo normal.


O setor público ainda não consegue retomar o ritmo e absorver a demanda burocrática. Repartições públicas evitam ao máximo o atendimento pessoal, dificultando ainda mais a retomada econômica. Considerando que a Itália é tanto quanto – ouso dizer até mais – burocrática que o Brasil, não é difícil imaginar o transtorno que isso causa.


O setor privado, por sua vez, é mais rápido na reação. Por exemplo, bares e restaurantes enfrentam problemas para diminuir a quantidade de clientes e evitar multas, uma vez que estamos no auge do verão por aqui e ninguém quer saber de ficar em casa. Estabelecimentos com espaço externo tem vantagem, pois as regras para espaços abertos são menos rígidas. Infelizmente, muitos não conseguiram reabrir, ou seguem a portas fechadas aguardando a ajuda econômica do governo.


A lentidão na retomada econômica pode ser claramente observada pelos índices de emprego formal, informal e desemprego. Aqui na Itália existe o ISTAT - Istituto Nazionale di Statistica – que vem todos os meses vem divulgado tais dados. Existe uma melhora, porém os índices seguem ruins.


Comparando os meses de maio e junho de 2020, o número de pessoas com contrato de trabalho diminuiu, porém, o número de pessoas inativas também diminuiu, o que aponta um aumento da informalidade. Já com relação ao número de horas de trabalho, ainda não voltou ao que era antes do Covid-19, mas a quantidade está aumentando gradativamente.


De acordo com o ISTAT: a redução do emprego mensal (-0,2% ou 46 mil postos) envolve principalmente mulheres e empregados com contrato de trabalho permanente, ambos com menos de 50 anos de idade. Já para os homens, o número de postos de emprego aumentou para vagas temporárias, para trabalhadores autônomos e pessoas com mais de 50 anos de idade.


Dentre aqueles que estão buscando emprego (aproximadamente 149 mil pessoas) a maioria são homens (99 mil, contra 50 mil mulheres). Já com relação à faixa etária, a taxa de desemprego maior segue sendo entre os jovens entre 14 e 24 anos, cerca de 27,6%.


A situação é, no mínimo, dramática. O governo italiano lançou uma série de programas de ajuda econômica a população, porém a burocracia do sistema público impede que o dinheiro chegue a tempo, deixando milhares de pessoas à margem. Os que tiveram sucesso ao pedir ajuda reclamam que o dinheiro não é suficiente para fazer frente as despesas.


Enfim, entre gregos e troianos, as críticas são infinitas. Enquanto alguns reclamam da reabertura das fronteiras para turistas Europeus, outros entendem que o setor do turismo é um dos principais motores da estabilidade econômica do país. No meio desse fogo cruzado, o governo segue fazendo o que pode com a pesada e lenta máquina pública, a ajuda do Parlamento Europeu e a esperança da população italiana.

 
 
 

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