Aperitivo, o queridinho nacional
- gabriela3852
- 14 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de set. de 2021
Ah o verão!

O verão finalmente chegou por aqui e depois de uma primavera estranha (para dizer o mínimo) o povo italiano está de volta as ruas e, mais importante, aos bares. Mas é impossível falar do verão italiano sem falar do hábito queridinho nacional: o aperitivo.
Mal comparando, seria o equivalente ao nosso happy hour. Porém, a cerveja dá lugar ao Aperol Spritz ou qualquer bebida a base de vinho e ervas. Já a batatinha frita dá lugar aos mais variados petiscos, em pequena quantidade, saboreados em casa ou em bares, no final da tarde para abrir o apetite antes da janta. O momento do aperitivo vai muito além da comida e da bebida, ele representa um momento de integração social no melhor estilo italiano: amigos, gargalhadas altas e pessoa ao ar livre. O aperitivo não conhece idade, nem classe social, nem estação do ano, mas é durante o verão que os italianos adotam o hábito quase que diariamente.
Como qualquer hábito arraigado na cultura, é difícil precisar o momento exato da sua criação. Dizem que a primeira bebida a ser chamada de “aperitivo” data do século V A.C. e foi batizada assim por ser uma mistura de vinho aromatizado e ervas, conceito popular até hoje. Já na Idade Média, Antonio Benedetto Carpano, na cidade de Torino, inventou um licor/aperitivo que foi feito para ser consumido antes das refeições para abrir o apetite, que ficou conhecido como Vermouth.
A bebida fez tanto sucesso que o Rei Vittorio Emanuele II – símbolo da unificação italiana – adotou como bebida oficial da Corte. O Giuseppe Garibaldi também era fã do Vermouth! Nessa mesma onda, mais tarde foram inventados o Martini e o Campari, mundialmente conhecidos e consumidos.
Para coroar a tradição, a partir dos anos 1800 cafés em grandes cidades começaram a ganhar fama, atraindo políticos, intelectuais e artistas para os seus aperitivos, o que bastou para popularizar de vez o hábito.
A tradição evoluiu e foi totalmente inserida no dia a dia. Hoje em dia o aperitivo passou do vinho com ervas antes da refeição para uma espécie de happy hour no final do dia, graças aos Milaneses. Nas décadas de 1980 e 1990, a população da cidade de Milão teve a brilhante ideia de misturar o conceito de aperitivo com o de happy hour, introduzindo os petiscos, costume que acabou se espalhando por todo o país.
Comparando os dois, eu diria que o aperitivo é mais rápido que o happy hour, e que os petiscos são mais sofisticados que a batatinha frita. Podem variar desde azeitonas até pequenos canapés, dependendo do bar. Quanto mais sofisticado o local, mais sofisticados são os petiscos.
A flexibilidade dos milaneses em adaptar o happy hour ao aperitivo ajudou a consagrar o hábito como fenômeno social! Hoje em dia, os vinhos aromatizados dividem o prestígio com vinhos normais, prosecco e o Aperol Spritz, aquela bebida laranja que também já virou febre no Brasil.
É um momento descontraído, sem formalidades, pensado com carinho para oferecer um relaxamento ao final do dia, a socialização com os amigos e família e fortalecer a sensação de pertencimento. É a alegria do povo italiano resumida em uma tradição de séculos.




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